Foto Divulgação
Lô Borges (Salomão Borges Filho)
Nascido em Belo Horizonte (MG), em 10 de janeiro de 1952.
Dono de uma trajetória um tanto quanto incomum na MPB, Lô foi e é, até hoje, um dos grandes ícones do movimento chamado Clube da Esquina, que revelou nomes como Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta e Flávio Venturini e os alçou ao primeiro time da MPB. Movimento este que, ao completar 37 anos, é revisitado e elevado à categoria de genial, sendo humildemente e mineiramente comparado à Bossa Nova, à Tropicália, ao Jazz americano e outros standards.
Filho número seis de dona Maricota e seu Salomão Borges, o pequeno Lô cresceu respirando música, principalmente por conta de seu irmão Marilton, e um tal de Bituca, que rapidamente passou de um mero vizinho do Edifício Levy, em Belo Horizonte, a "décimo - segundo" filho do casal Borges. Mal eles sabiam que ali, daqueles dias trancafiados no "quarto dos homens", nasceria uma parceria que mudaria o rumo da música brasileira. Entusiasmado pela música que ouvia ali, e pelas composições esboçadas por seu irmão Márcio e por Bituca, Lô começou a dedilhar seu violão, atraindo a atenção dos que frequentavam a casa dos Borges, principalmente daquele morador acidental, que dia após dia prestava mais atenção à arte do garoto.
Numa época em que a maioria dos garotos só pensavam em jogar bola, Lô e seu amigo Beto Guedes dividiam seu tempo com a música. Muitos custavam a acreditar que aquele garoto pudesse ser tão talentoso como estava demonstrando, menos o tal do Bituca, que a esta época, já estava sendo mais conhecido como Milton Nascimento e causando furor por onde passava, graças a apresentações consagradoras nos festivais da canção daquela época. O garoto Lô só não podia imaginar que Milton, o então gênio em ascensão, acreditaria na força da música daquele garoto e o convidaria para dividir um disco inteiro com ele.
Em 1972, a família Borges morava na Rua Divinópolis, esquina com Paraisópolis, no boêmio bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Dali, daquela esquina, nasceu uma música, um disco e um movimento. Clube da Esquina, o disco e a música foram lançados em 1972, quando Lô tinha apenas 18 anos e a responsabilidade de dividir um disco com Milton não pesava nem um pouco em seus ombros. Muito menos a responsabilidade de gravar "Um girassol da cor do seu cabelo" cantando ao piano, com uma orquestra regida por Eumir Deodato em apenas dois canais. Como se isso não bastasse, o disco ainda tem "O Trem Azul", "Saídas e bandeiras", "Cais", "Paisagem da janela", "Nada será como antes" e "Clube da Esquina nº2". O movimento a que o disco deu o nome nasceu a partir daí. Na época em que foi lançado, "Clube da Esquina" recebeu críticas positivas, mas a esmagadora maioria não soube reconhecer a genialidade ali registrada nos sulcos. Hoje, 37 anos depois, o disco é reverenciado como um dos dez, se não um dos cinco discos mais importantes da MPB.
Dono de uma trajetória um tanto quanto incomum na MPB, Lô foi e é, até hoje, um dos grandes ícones do movimento chamado Clube da Esquina, que revelou nomes como Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta e Flávio Venturini e os alçou ao primeiro time da MPB. Movimento este que, ao completar 37 anos, é revisitado e elevado à categoria de genial, sendo humildemente e mineiramente comparado à Bossa Nova, à Tropicália, ao Jazz americano e outros standards.
Filho número seis de dona Maricota e seu Salomão Borges, o pequeno Lô cresceu respirando música, principalmente por conta de seu irmão Marilton, e um tal de Bituca, que rapidamente passou de um mero vizinho do Edifício Levy, em Belo Horizonte, a "décimo - segundo" filho do casal Borges. Mal eles sabiam que ali, daqueles dias trancafiados no "quarto dos homens", nasceria uma parceria que mudaria o rumo da música brasileira. Entusiasmado pela música que ouvia ali, e pelas composições esboçadas por seu irmão Márcio e por Bituca, Lô começou a dedilhar seu violão, atraindo a atenção dos que frequentavam a casa dos Borges, principalmente daquele morador acidental, que dia após dia prestava mais atenção à arte do garoto.
Numa época em que a maioria dos garotos só pensavam em jogar bola, Lô e seu amigo Beto Guedes dividiam seu tempo com a música. Muitos custavam a acreditar que aquele garoto pudesse ser tão talentoso como estava demonstrando, menos o tal do Bituca, que a esta época, já estava sendo mais conhecido como Milton Nascimento e causando furor por onde passava, graças a apresentações consagradoras nos festivais da canção daquela época. O garoto Lô só não podia imaginar que Milton, o então gênio em ascensão, acreditaria na força da música daquele garoto e o convidaria para dividir um disco inteiro com ele.
Em 1972, a família Borges morava na Rua Divinópolis, esquina com Paraisópolis, no boêmio bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Dali, daquela esquina, nasceu uma música, um disco e um movimento. Clube da Esquina, o disco e a música foram lançados em 1972, quando Lô tinha apenas 18 anos e a responsabilidade de dividir um disco com Milton não pesava nem um pouco em seus ombros. Muito menos a responsabilidade de gravar "Um girassol da cor do seu cabelo" cantando ao piano, com uma orquestra regida por Eumir Deodato em apenas dois canais. Como se isso não bastasse, o disco ainda tem "O Trem Azul", "Saídas e bandeiras", "Cais", "Paisagem da janela", "Nada será como antes" e "Clube da Esquina nº2". O movimento a que o disco deu o nome nasceu a partir daí. Na época em que foi lançado, "Clube da Esquina" recebeu críticas positivas, mas a esmagadora maioria não soube reconhecer a genialidade ali registrada nos sulcos. Hoje, 37 anos depois, o disco é reverenciado como um dos dez, se não um dos cinco discos mais importantes da MPB.
Com um contrato nas mãos para gravar um segundo álbum, Lô Borges se viu numa encruzilhada, já que não tinha material para isso. Acreditem ou não, mas as primeiras músicas que ele compôs na vida foram aquelas registradas no "Clube". Daí pra frente, ele teve que se disciplinar para compor as músicas que fariam parte de seu segundo álbum. Acontece que essa disciplina não existia, simplesmente por que Lô jamais tivera que compor por obrigação.
A solução então, foi compor enquanto gravava. Desta maratona, surgiu Lô Borges, seu segundo trabalho. Ou simplesmente, o "disco do tênis" como é conhecido até hoje, graças à foto da capa, que mostra um par de tênis velhos do próprio cantor.
Seria difícil imaginar que aquele garoto de 19 anos faria um trabalho tão ou mais inovador que o anterior, mas a verdade é que isso aconteceu. O "disco do tênis" é considerado um clássico experimental por seu próprio autor e um trabalho à frente de seu tempo, também um pouco ignorado na época. Canções como "Canção postal", "O Caçador" e "Faça seu jogo" estão entre os destaques de um trabalho que acabou por deixar Lô Borges completamente esgotado e sem vontade de continuar fazendo música profissionalmente.
Lô passaria os próximos sete anos sem registrar absolutamente nada do que compunha. Este hiato só seria quebrado em 1979 com o lançamento de A Via Láctea. De novo um clássico. Basta citarmos as músicas que compunham este álbum. Nove entre dez canções de qualquer coletânea de Lô Borges são deste disco. "Clube da Esquina 2" - com uma letra criada por Márcio Borges, em cima do instrumental registrado no disco Clube da Esquina - , "A Via Láctea", "Equatorial", "Vento de Maio", "Tudo que você podia ser" e "Nau sem rumo".
O ano de 1980 seria especial para Lô e sua família. Os Borges é um projeto especial que reuniu toda a família, com apenas dois convidados : Milton (que era "da família") e a pimentinha Elis Regina. Um belo disco que mostrou ao mundo o clima que reinava na casa dos Borges, traduzido até em imagens, através da capa, que mostrava o quarto dos meninos, com violões pelo chão e pôsteres pela parede.
Nuvem Cigana é seu trabalho de 1981, em que Lô regravaria a faixa-título, já registrada no Clube da Esquina. Mais uma vez, as composições teriam letras de Márcio e Ronaldo Bastos, com a inclusão de Murilo Antunes no "Clube". Músicas como "A Força do vento" de Rogério Freitas e "Viver, viver" - esta com participação do indefectível Bituca - são uma amostra da capacidade de composição de Lô.
Um hiato de três anos separa "Nuvem" do próximo trabalho de Lô, Sonho Real - que em 2001 ganhou uma reedição luxuosa em CD. É o disco em que seu irmão Telo mais contribui, inclusive com a bela faixa que abre o álbum, "Tempestade". Mais uma vez, o trio de letristas, Márcio Borges, Murilo Antunes e Ronaldo Bastos se faz presente, mantendo assim a chama do Clube acesa.
Em 1987, Lô faz seu primeiro e até então, único registro oficial ao vivo de sua carreira. Lô Ao Vivo (CD Solo) foi gravado no Rio de Janeiro em uma proposta "violão-piano-voz", acompanhado apenas por seu irmão Marilton. As participações especiais de Milton Nascimento (em "Um Sonho na correnteza" ) e de Paulo Ricardo - então no auge de sua carreira com o RPM - em "Para Lennon e McCartney" ajudam a abrilhantar este álbum que jamais foi lançado no país.
Quase dez anos separam este registro ao vivo de Meu Filme, o disco que o próprio Lô considera - ao lado do "disco do tênis" - como o mais emblemático de sua carreira. O disco foi gravado quase todo com voz, violão e percussão a cargo do mestre Marcos Suzano e do aclamado grupo Uakti. O velho amigo Bituca toca sanfona em "Alô", parceria dos dois. Um outro parceiro bastante famoso dá as caras aqui. Caetano Veloso assina a letra de "Sem não" enquanto Chico Amaral, principal letrista do Skank, assina a faixa-título com Lô. É neste disco que Lô Borges inaugura sua bem sucedida parceria com a banda mineira - principalmente com Samuel Rosa - de quem regravaria "Te ver".
No trabalho Feira Moderna, ele regrava alguns de seus maiores sucessos, além de gravar pela primeira vez a faixa-título, uma parceria sua com Beto Guedes e Fernando Brant. As participações especiais deste disco vão de Edgard Scandurra - um velho fã da música de Lô - a Samuel Rosa. Um disco para antigos fãs relembrarem e novos terem seu primeiro contato com a música de um gênio sempre precoce chamado carinhosamente de Lô.
Como compositor, teve suas canções gravadas por grandes intérpretes da MPB como Milton Nascimento, Simone, Nana Caymmi, Gal Costa, Elba Ramalho, Elis Regina, Ney Matogrosso. A canção "Trem Azul" foi gravada por Tom Jobim em 1990 e regravada em 1994 numa versão em inglês feita pelo próprio Tom em seu disco Antônio Carlos Brasileiro Jobim.
A solução então, foi compor enquanto gravava. Desta maratona, surgiu Lô Borges, seu segundo trabalho. Ou simplesmente, o "disco do tênis" como é conhecido até hoje, graças à foto da capa, que mostra um par de tênis velhos do próprio cantor.
Seria difícil imaginar que aquele garoto de 19 anos faria um trabalho tão ou mais inovador que o anterior, mas a verdade é que isso aconteceu. O "disco do tênis" é considerado um clássico experimental por seu próprio autor e um trabalho à frente de seu tempo, também um pouco ignorado na época. Canções como "Canção postal", "O Caçador" e "Faça seu jogo" estão entre os destaques de um trabalho que acabou por deixar Lô Borges completamente esgotado e sem vontade de continuar fazendo música profissionalmente.
Lô passaria os próximos sete anos sem registrar absolutamente nada do que compunha. Este hiato só seria quebrado em 1979 com o lançamento de A Via Láctea. De novo um clássico. Basta citarmos as músicas que compunham este álbum. Nove entre dez canções de qualquer coletânea de Lô Borges são deste disco. "Clube da Esquina 2" - com uma letra criada por Márcio Borges, em cima do instrumental registrado no disco Clube da Esquina - , "A Via Láctea", "Equatorial", "Vento de Maio", "Tudo que você podia ser" e "Nau sem rumo".
O ano de 1980 seria especial para Lô e sua família. Os Borges é um projeto especial que reuniu toda a família, com apenas dois convidados : Milton (que era "da família") e a pimentinha Elis Regina. Um belo disco que mostrou ao mundo o clima que reinava na casa dos Borges, traduzido até em imagens, através da capa, que mostrava o quarto dos meninos, com violões pelo chão e pôsteres pela parede.
Nuvem Cigana é seu trabalho de 1981, em que Lô regravaria a faixa-título, já registrada no Clube da Esquina. Mais uma vez, as composições teriam letras de Márcio e Ronaldo Bastos, com a inclusão de Murilo Antunes no "Clube". Músicas como "A Força do vento" de Rogério Freitas e "Viver, viver" - esta com participação do indefectível Bituca - são uma amostra da capacidade de composição de Lô.
Um hiato de três anos separa "Nuvem" do próximo trabalho de Lô, Sonho Real - que em 2001 ganhou uma reedição luxuosa em CD. É o disco em que seu irmão Telo mais contribui, inclusive com a bela faixa que abre o álbum, "Tempestade". Mais uma vez, o trio de letristas, Márcio Borges, Murilo Antunes e Ronaldo Bastos se faz presente, mantendo assim a chama do Clube acesa.
Em 1987, Lô faz seu primeiro e até então, único registro oficial ao vivo de sua carreira. Lô Ao Vivo (CD Solo) foi gravado no Rio de Janeiro em uma proposta "violão-piano-voz", acompanhado apenas por seu irmão Marilton. As participações especiais de Milton Nascimento (em "Um Sonho na correnteza" ) e de Paulo Ricardo - então no auge de sua carreira com o RPM - em "Para Lennon e McCartney" ajudam a abrilhantar este álbum que jamais foi lançado no país.
Quase dez anos separam este registro ao vivo de Meu Filme, o disco que o próprio Lô considera - ao lado do "disco do tênis" - como o mais emblemático de sua carreira. O disco foi gravado quase todo com voz, violão e percussão a cargo do mestre Marcos Suzano e do aclamado grupo Uakti. O velho amigo Bituca toca sanfona em "Alô", parceria dos dois. Um outro parceiro bastante famoso dá as caras aqui. Caetano Veloso assina a letra de "Sem não" enquanto Chico Amaral, principal letrista do Skank, assina a faixa-título com Lô. É neste disco que Lô Borges inaugura sua bem sucedida parceria com a banda mineira - principalmente com Samuel Rosa - de quem regravaria "Te ver".
No trabalho Feira Moderna, ele regrava alguns de seus maiores sucessos, além de gravar pela primeira vez a faixa-título, uma parceria sua com Beto Guedes e Fernando Brant. As participações especiais deste disco vão de Edgard Scandurra - um velho fã da música de Lô - a Samuel Rosa. Um disco para antigos fãs relembrarem e novos terem seu primeiro contato com a música de um gênio sempre precoce chamado carinhosamente de Lô.
Como compositor, teve suas canções gravadas por grandes intérpretes da MPB como Milton Nascimento, Simone, Nana Caymmi, Gal Costa, Elba Ramalho, Elis Regina, Ney Matogrosso. A canção "Trem Azul" foi gravada por Tom Jobim em 1990 e regravada em 1994 numa versão em inglês feita pelo próprio Tom em seu disco Antônio Carlos Brasileiro Jobim.
Scalla FM
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Discografia - Lô Borges
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1972 - Clube da Esquina
1972 - Lô Borges - Tênis
1979 - A Via Láctea
1980 - Os Borges
1981 - Nuvem Cigana
1984 - Sonho Real
1987 - Solo - Ao Vivo
1996 - Meu Filme
2001 - Feira Moderna
2003 - Um Dia e Meio
2006 - BHanda
2008 - Intimidade
2009 - Harmonia